Discussão:aprouver

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«A forma do futuro do conjuntivo do verbo aprazer atestada pela maioria das gramáticas, prontuários e obras de referência é aprouver. O radical -prouv- é comum também às formas verbais do pretérito perfeito do indicativo (ex. aquela situação não lhe aprouve), do pretérito mais-que-perfeito do indicativo (ex. aquilo não aprouvera a ninguém), do pretérito imperfeito do conjuntivo (ex. se não lhe aprouvesse, deveria reclamar), não só do verbo aprazer, mas de todos os verbos derivados do verbo prazer, como são desaprazer e desprazer. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2001; Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) considera, no verbete -azer, modernas as formas como prazi, prazera, prazesse, prazer em vez de prouve, prouvera, prouvesse, prouver. Este mesmo dicionário, na sua versão electrónica (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0, Instituto Antônio Houaiss, Dezembro de 2001), refere que há "modernamente" gramáticos que aceitam também a conjugação regular com o radical -praz- para este tempos, em vez de -prouv-. A dupla conjugação de todos estes verbos é também preconizada por Ana Maria GUEDES e Rui GUEDES, no Dicionário Dom Quixote dos verbos da língua portuguesa: as flexões, conjugações, regências e particularidades de todos os verbos de língua portuguesa (Lisboa: Dom Quixote, 1999) e ainda pelo Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses (Lisboa: Texto Editores, 2007). Esta opção relaciona-se com o facto de as obras de referência (como o Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo GONÇALVES, Coimbra: Coimbra Editora, 1966, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso CUNHA e Lindley CINTRA, 14ª ed., Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, pp. 430-431, ou o Grande Vocabulário da Língua Portuguesa de José Pedro MACHADO, Lisboa: Âncora, 2001) que preconizam a raiz de prouver para todos os tempos indicados no verbo prazer e derivados aceitarem dupla conjugação para comprazer e descomprazer nestes tempos (ex. comprazer/comprouver). Deve ainda referir-se que, do ponto de vista etimológico, não há qualquer motivo para haver diferença de conjugação entre ambos os verbos comprazer e prazer (que dão origem aos derivados que como eles se conjugam), pois derivam, respectivamente, dos verbos latinos complacere e placere, que têm paradigmas de conjugação idênticos.» Helena Figueira, 30-Nov-2005 in Priberam [[1]]