Discussão:paralaxe cognitiva

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Sobre paralaxe cognitiva segundo Olavo de Carvalho, ainda vejo muita confusão.

A definição tal como posta atualmente pelos papagaios políticos como a Wikipedia leva a crer que paralaxe cognitiva segundo Olavo de Carvalho seja a mera divergência entre teoria e prática.

Mas, como o próprio Olavo esclareceu mais de uma vez, nada mais falso.

Para que uma relação entre teoria e prática consista em paralaxe cognitiva, a teoria deve estar em desvio para com a realidade, e a prática, no entanto, obedecer à teoria, contrariando também a realidade.

Logo, uma definição apropriada de paralaxe cognitiva segundo Olavo de Carvalho seria:

"Vício de ignorância em que o suposto conhecimento se consolida da prática em cima de uma teoria desviada da realidade que a guia."

Portanto, uma ignorância de percepção mais difícil do que a mera divergência entre teoria e prática, pois embora teoria divergente da realidade, no entanto, consolidada pela prática.

As implicações da paralaxe cognitiva também são muito mais sérias do que a mera divergência entre teoria e prática. Por exemplo:

Enquanto uma teoria jurídica errada pode exercer influência sobre o direito positivo, este ainda pode ser corrigido pela prática de desobediência civil em defesa do direito consuetudinário. Mas, a prática que se consolida em cima de uma teoria jurídica errada tem o poder de influenciar o próprio direito consuetudinário visto que esse encontra na prática duradoura uma de suas referências. E, sendo o direito consuetudinário, a melhor expressão do direito na realidade...

Daí a necessária diferenciação entre (1) prática que diverge da teoria e (2) prática que segue uma teoria que diverge da realidade.

No primeiro caso, não há ignorância em princípio - isto dependerá da análise da prática e da teoria frente a realidade. No segundo caso, contudo, há, mais do que mera ignorância, um vício de ignorância.

Daí o porque de Olavo ter se dado ao trabalho de definir um termo apropriado para diferenciar a ignorância temporal da ignorância atemporal, pois antes, imperceptível.