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SEDUC-Departamento de Cultura,Turismo e Esporte

Histórico Cultural de Lagoa Grande-PE

   A historia de Lagoa grande começa com os primeiros escravos que temos notícias, Iaka e sua mulher Izaka, e também descendentes de escravos, senhor Justino Domingos Jose dos Santos, popularmente conhecido por Justino Bogó, nascido em 04/09/1862, também tendo conhecimento dos  Srs. Vitorino, Maria de Lordes, Antonio Lopes, Barbara todos de Souza Barros e Izabel Paixão, João Nunes de Braula,  Raimunda Jovem de Iracema, Manoel, Brígida, todos dos Oliveira e Anchieta Cardoso, Arnaldo(Senhor de escravos e maior carrasco).
   O porquê do nome Lagoa Grande, existem varias  versões, como;
   1ª) Uma forte chuva que o volume da e água aumentou tanto que juntou aas lagos formando uma só , uma lagoa grande; 
   2ª) Por uma ato de crueldade que foi praticado por um senhor de escravos, que certo dia pegou um dos escravo, amarrou numa barragem do riacho, para que s águas o levassem quando estourasse, passando alguns dias , uma senhora encontrou e salvou o escravo, voltando ao local o senhor encontrou a barragem quebrada e assim achou que o escravo foi carregado e afogado pelas águas;  

3ª) Segundo Manoelzinho Bico de Galo, se deu por o nome a lagoa que cortava a cidade eu era maior da região, vem do Piauí, caindo na boca do São Francisco.

     Na década de 1910, pessoas  já contavam estórias da existência de habitantes daqui.
     O primeiro morador o senhor Paulino Cardoso e a primeira casa do senhor Vaqueiro Coronel Otacílio, datada de 1912.
     De 30 para cá, os primeiros desenvolvimentos impulsionaram a abertura do primeiro trinco que vinha a estrada de Salgueiro ligando a Petrolina, em 23/02/43, deu-se inicio a terraplanagem da futura rodovia que iria passar por Lagoa Grande, sob o comando do tenente Renato e o coronel varjão                                                            
       Em 1944 foram nomeados subdelegados do local o Sr. Guido Cardoso, o inspetor Manoel Bico de Galo, a força policial do cabo Otacílio, o soldado Antonio Nazarro e João Lima, este datado de 1958.
       Primeira Igreja construída em 1945 e 1946- material dado por seu Manoelzinho Bico de Galo e construída pelo Sr. Antonio Diniz, havendo uma enchente em 1960, arrasando a cidade e ficando de pé somente a Igreja e a casa do Sr. José Ferreira por causa do alicerce de pedras provindas da Serra da Santa, transportada pelo Sr Vicente Cardoso - Irmão do Sr. Izaac Cardoso,  foram 16 dias  e 16 noites de chuva,  a Igreja deu-se o nome de Nossa Senhora Auxiliadora, por causa da Santa que veio trazida da Itália pela freira Carlota e assim, batizou-se como nossa Padroeira, inaugurada no dia 25 de dezembro de 1957 tendo como primeiros padres  o Sr .Osmar Novas de Lima, Cinzenando de Sá Barreto, José de Castro(Zequinha), e primeiro  Bispo Dom Antonio Malan - de 1924.     A primeira escola veio no período da gestão do Sr.  Xistinho, na década de 70, pelos esforços do Sr. Vereador Hermes Amorim Coelho, colocada por nome progresso, e hoje de prudente de morais  
    Na gestão de Ozanam Barros os primeiros professores foram da família Brandão de Santa Maria, os  chefes comunitários da década foram senhores Juvenal e Manoel Lucio, e primeiros prefeitos que se tem noticia foram Velho Barrinho e Ozanam , primeiro presidente- GENTULIO Vargas e Governador – Nilo Coelho. 
    A energia chegou na década de 70, primeiro comercio foi João caitú, guando não vinha de Santa cruz, ou Jatobá, o Sr. Pedro Pereira 
    Vaquejada que se sabe acontece no patronato, na época de Dom Campelo e vaqueiros  ilustres eram Sr. Felipe e Ormazão-filho de Felipe, Antonio Velho – avo de Sr. Cazuza 
     As primeiras rodas de São Gonçalo foram realizadas por Dona Hermínia  e as parteiras mais conhecidas foram Maria Procópio e Ana Grande.
    Problemas  sempre existem no decorrer das entrevistas, como ser recebido  muito mau por uma senhora, mais os aqui citadas foram bastante hospitaleiros e atenciosos com a nossa entrevista,  colaboraram no que puderam para o engrandecimento de seu lugar, sem mesmo saber estão registrando seus nomes na historia do município de lago grande, conjuntamente com seus distritos 
    Como comerciante iniciaram esta atividade entre 48 e 68 por Guido Cardoso, Pedro Baiano, João de Feiosas e Cícero Rego, este veio para o lugar entre 1948 e 1950.
   O comando da cidade vinha de Santa Maria da Boa vista  por Ozanam Barros.
   Os estudos escolares fora feitos pelo Sr. Manoelzinho Bico de Galo apenas por 03 meses, vindo a morar nesta cidade com os pai apartir de 1915, e abertura da escola pela dona Mitonha, sendo a primeira professora, logo em seguida veio a professora Palmira de Souza e Mocinha de 1960, Rosalina e o primeiro  professor foi  o Sr. João Barbosa – quem primeiro utilizou a palmatória, e a primeira escola fundada foi a Floriano Peixoto, seguida da Palmira de Souza, etc.
    As festas eram realizadas em uma latada, datada as primeiras entre 45 e 46 ao lado da Igreja com a festa da padroeira em maio, festa junina em junho. A missa tradicional e hoje no calendário inclui de aniversario da cidade com data em 16 de junho de cada ano, as festas também eram realizadas na palhoça, no Icaraí, e na antiga do Sr. Almir Leite.
     Locomotivas, as primeiras foram do Sr. Joaquim Bode antes marionetes e o primeiro carro ditamente falado jipe do jovem Hermes de Amorim Coelho, filho do Sr. Antonio de Amorim Coelho, popularmente Antonio Velho, morador do Bom Conselho, tendo vindo para lagoa grande entre 45 e 48 com sua casa construída pelo Sr. Bico de Galo inventor da dança de congo levada a frente por Julio Borges, Severino, Martins Borges, Zefa Coelho, Felipe, Marinhia Pretinha, Antonio Nesta e Beta, estas dois últimos filhos do Sr. Acima citado e inventor de frases como(¨ Manoel Moreira de Lima, Cravo das moças e alegria meninas, assim trata quem obedece e tem paixão por  ele ¨ conheceu de vista lampião em Pedra Branca – hoje Itamotinga, onde vende feijão, em 1928. 
     Lagoa Grande também possuía seus donos, o primeiros foi o coronel 	Otacílio e o segundo ainda hoje pelo que dizem que existem escrita – Paulino Cardoso sendo este o primeiro a tirar safra de plantações em lagoa grande  
      Os construtores, ou melhor, pedreiros dos  anos passados compreenderam entre os anos 1920 e 1968 foram: Chico e Antonio Diniz, João Germano, Manoel de Lima( Bico de Galo).
        A energia funcionava  a motor disel, depois foi inaugurada a energia elétrica, sendo em 1967, datada deste ano a primeira novela de radio – Mamãe Dolores, e ouvidas as primeiras copas de futebol que se tem noticias, as de 1958 e 1962, sendo o primeiro possuidor deste radio o Sr. José Ferreira e o Sr. Bilica o primeiro  proprietário de posto de gasolina do nosso lugar, com a BR inaugurada no governo de Nilo Coelho em 1970 ligando Petrolina ao Recife.
     Co as maiores cheias em 1960 e seca em 1932, os quais sobreviviam de feijão, milho, algodão, melancia e palma para o criatório de galo.
   O primeiro farmacêutico foi o Sr. Jonas Barbosa, sendo as falecidos enterrados no cemitério datado em 21/02/51, e os nascimentos primeiros feitos  por mãe Chiquinha – da Roseira, Chica Mateus e mãe Garida, os primeiros aplicadores de injeção foram o Sr. Zé Leite e José Gomes.

Ilha do Pontal

     Em 1670, o bandeirante Henrique Valadares, viajando pelas margens do são Francisco, fez parada em uma ilha, denominada “Ilha do Pontal”, por ser uma ilha de muita beleza e o formato dela  ser uma ponta, arranchando-se, descobriu-se que a localidade já era habitada por índios vieram da serra Rouco ( localizada hoje nos Tanques).Atravessaram o rio para Bahia na Serra da Lealdade onde estes índios habitavam, as tribos tupinambás aliados aos índios da tribo Serra de Umam, próximo a conceição das Crioulas.
   Depois de explorada por Valadares e alguns grupos de pessoas, frades que falavam tupi-guarani. Isto para facilitar a comunicação com  alguns habitantes que viviam na ilha que era dos índios, com relacionamento, eles construíram a  primeira igreja da ilha do pontal, batizada de Nossa Senhora dos Remédios, os materiais para a construção foram retiradas de uma jazida de cal subterrânea, próximo ao Riacho do Pontal, perto de braços do rio, localizada a 01Km de lagoa grande( chamada Caieiras),  patrimônio do município, ponto fundamental para o desenvolvimento deste.
    A festa e em setembro, inventada pelo Avô do Sr. Manoelzinho Bico de Galo e Sr. Janjão(pai de Dona Babú - ilustre moradora de lagoa grande), em mais ou menos 1872, levada para vermelhos e hoje  e comemorada nos dias 07 e 08/06 os festejos no distrito sede, também levada para comemorações em lagoa grande em 1965 pelo Sr. José Florêncio e Aguida Leite. 


Jutaí

   Em entrevistas e levantamentos realizados no distrito de Jutaí, o qual pertence ao município de Lagoa Grande, desde que esta se desmembrou de Santa Maria da Boa Vista, em 15/06/95, no mês de novembro de 1998, na então gestão de Jorge Roberto Garziera, pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes- SECESP- Sr. Severino Ferreira dos Santos e Divisão de Cultura e Esporte- Sr. Hermes Amorim Filho, como moradores do distrito.
   As idades variam, nascidos entre 1919 à 1940, naturais do citado distrito, com fatos e relatos muitas vezes impressionantes, senhores como Valdir Araújo, com idade até então de 71 anos, mais de uma memória admirável, com precisões de detalhes que para muitos outros nos dias de hoje, com idade bem inferior e que não possui a sua memória, sendo neto do bem conhecido Nezinho Araújo ou mais precisamente Velho Nezinho, assim conhecido por todos que foram entrevistados e dos moradores que o lembram como um dos pioneiros, bem como o Sr. Dorotéio José Ribeiro ou Velho Téio, dois que registraram seu nome na história de Jutaí, fatos, acontecimentos, apoios, poderio, não o coronelismo, e sim para engrandecimento e bem da comunidade.
   O Sr. Nezinho foi o primeiro em quase tudo, como: chefe comunitário, cultivador de plantação (arroz, feijão, algodão, milho, mamona, etc.), possuidor da primeira locomotiva, primeiro fazendeiro criador de bovinos e caprinos, comerciante e ainda Pai da Professora, que hoje leva o nome da Escola Municipal Professora Tarcíla Araújo, fundada em 29/10/1948, uma das primeiras professoras, juntamente com a professora Aurinha, Maria José e Maria do Carmo, esta proveniente do Recife.
   Já o Sr. Dorotéio foi pioneiro no comércio, criatório, fazendeiro.
   Os fatos tornaram-se interessantes com o passar das entrevistas, e o que se pode dizer é que Jutaí no início não se chamava assim e sim Jatobá de Santa Bárbara, porque destes dois nomes, Jatobá e Santa Bárbara:
   1º) Jatobá- era em baixo dele que as missas eram realizadas, na baixa, que antes a Igreja era na parte baixa do lugar.
   2º) Santa Bárbara- Padroeira, sendo colocado pelo que se tem conhecimento por um senhor que fez uma promessa para a santa, se conseguisse a graça, esta iria perambular por todas as localidades  a procura de uma que não tivesse padroeiro (a), e assim a batizaria com a sua Santa devota.
   Com a cheia que houve em 1914, foi destruído tudo na rua da baixa, inclusive a Igreja, que foi reconstruída na década de 20 na parte alta do distrito, sendo esta uma das maiores cheias do local e uma das maiores secas que foi a de 1932.
   Sendo Santa Bárbara a padroeira do lugar, a festa mais importante é no mês de Agosto, vindo logo após a festa do Vaqueiro (tendo a iniciativa primeira o Sr. Xixiquinho e Joaquim há 39 anos, sendo os primeiros vaqueiros o Sr. Pedro de Herculano ou Pedro de Cota, Valentin, esta acontecendo no mesmo mês, sempre conciliando as duas, para um grande evento para o local, a de São Sebastião- em janeiro, o mês de Maria- maio.
   As rodas de São Gonçalo primeiras foram realizadas por Martiliana e Zôzimo Ferreira Nunes.
   Como acontecem em todos os lugares, aqui não seria diferente, uma fatalidade marcou o lugar por muitos anos, certa época, um casal de namorados, ele trabalhava numa fábrica de caroá e ela foi visitá-lo, por má sorte, quando ela estava entrando na fábrica, a caldeira explodiu e a matou.   
   Quem primeiro pegou meninos (as) no lugar, as famosas parteiras, foram Dona Brigida, Joana e Alaide Moura de famílias mais ilustres, as de Zôzimo, Velho Téio, Nunes, Ribeiro e Araújo.
   A energia veio aparecer como um dos fatos mais importantes para o distrito, no governo de Nilo Coelho, não existia prefeito e sim interventor que se chamava Sr. Carlos de Lima e coronel que existia pela região somente o Sr. Capitão Sebastião Torres de Lima.
   A saúde ficava aos cuidados do Dr. Possídio e Pacífico da Luz, onde eram encaminhados para Santa Maria ou Petrolina, levando-se dias para se chegar ao destino desejado.
   As notícias chegavam-se pelo rádio do Sr. Francisco Pereira Lima- serralheiro- primeiro a possui este eletrodoméstico.
   A memória é falha em muitos pontos quando a idade avança, mais o essencial foi captado pelo nosso resgate cultural, como diz o ditado “a voz do povo é a voz de Deus”, então aqui está à história de Jutaí.

Açude Saco

   Era um pequeno sítio com 06 moradores mais conhecidos e pioneiros, com: Menergilda, Maria Guaiana, João Emídio, Caetano, André e José Aristides.
   Foi quando surgiu o estudo feito pelo DNOSCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca); foram feitos estudos em um lugar chamado Saco da Volta, depois foi mudado para o lugar denominado de Avelino, por ter vários riachos.
  Em homenagem ao primeiro lugar indicado foi denominado de Açude Saco II, por já existir Açude Saco I, em Serra Talhada.
   A sua construção deu-se inicialmente em 1953, sendo popularizada e reiniciada em 1963, até o término da construção no ano de 1970.
   Os primeiros operários que chegaram forma os Srs. Avelino e Araci.
   Os vaqueiros mais conhecidos foram Manoel de Estevão, Alvino- Gavião, Loiozinho, Antônio Velho, Joaquim, Rabelo, Janjão, com vaquejadas realizadas perto do açougue em 1969, comandadas por José de Aguinela, Vavá- irmão de Leonildo, e as primeiras rodas de São Gonçalo realizadas pela comunidade do Lambedor.
   As famílias mais ilustres eram os Anastácios, Rêgo, Cardoso, Amorim, Leite e Lima.
   Em 1945, o exército atendia perto da residência- rua de Biu, onde era o hospital instalado pelos mesmos.
   Em 1944, Antônio Germano (paraibano), veio para cá e implatou usinas de caroá, num total de 45 usinas.
  Em 18/12/98, foi realizada o plebiscito de Lagoa Grande, com 51,2% de aprovação para que nos tornássemos cidade, e no dia 15/06/95, o então Governador Miguel Arraes de Alencar assinou a emancipação Política pela lei 11.215 do Estado.
   A primeira eleição ocorreu no dia 03/10/96, com os concorrentes: Almir Leite, Jorge Garziera e Luciano Veras, sagrando-se vencedor o Sr. Jorge Roberto Garziera, onde comandará a cidade até o dia 31/12/2000, onde este foi o primeiro Prefeito eleito pelo voto direto e democrático de nossa cidade.
   Possuímos comércios diversos, supermercados, 03 postos de gasolina, hospital, clínicas, laboratórios, quadra poliesportiva, saneamento básico (70% da cidade), posto de saúde e maternidade, calçamento, câmara de vereadores, Praça Hermes de Amorim Coelho, orla fluvial, asfaltamento, iluminação e arborização da Avenida Senador Nilo Coelho, banco, correios, delegacia, posto policial, escolas particulares, Estaduais e 31 Municipais, Prefeitura   e Secretarias, clubes, hotéis, restaurantes e etc.
   O município compõe-se de 03 Distritos: Jutaí, Açude Saco e Vermelhos, este último município é o maior e mais desenvolvido possuindo a estrada considerada o Vale das Uvas.
   Produzimos os melhores vinhos e champagnet da região como: Biancetti, Adega do Vale, e Figueira, fabricamos aspargos e exportamos para países da Europa e Estados Unidos.
   Lagoa Grande veio do nada e hoje é sinônimo de progresso, é uma das cidades que mais cresce e arrecada verbas para benfeitorias, como podemos ver assim que entramos na cidade da uva e do vinho, o povo luta por melhores dias e para melhorar sua cidade, forças antagônicas lutam mais como em todo lugar o bem e o bom sempre prevalece para o bem público.
   Entra agora para o calendário oficial do Município a festa da Uva e do Vinho- intitulada Vinhuva Fest realizada em Outubro/99, ocorrendo também outras festas como: Festa do Comércio (agosto e setembro), Jogos Escolares (setembro), Gincana Comunitária (outubro), Festival da Cerveja (novembro e Dezembro), IMEA- Integração Municipal das Escolas Amigas (junho).
   O Município herdou de Santa Maria da Boa Vista, cerca de 49% do Fundo de Participação, 70% da Agricultura Irrigada, uma população de cerca de 25.000 habitantes, o distrito de Jutaí, os povoados dos Vermelhos e Açude Saco II.
   Assim é a nossa cidade, assim é Lagoa Grande, GRANDE.


Lambedor


Pioneirismo em certos lugares, geralmente ou muitas vezes fica restrito a uma ou pouquíssimas famílias, falando-se do Lambedor os iniciantes ficam por conta da família Borges do Sr. Felis Borges, não deixando de lembrar o Sr. Antônio Paulino, mais este pouca coisa ou quase nada pode ser registrado, ficando quase tudo por conta do inicialmente citado.

   Foram entrevistadas as irmãs Judite, Terezinha, Águida da Conceição e Tiadora Borges, entre ela 30 solteiras e 01 viúva, com datas de nascimento entre 1923 e 1934, todas naturais do lugar, filhas do Sr. Antônio Felis Pereira Borges e Maria Ermegilda da Conceição e netas do citado Felis Borges, a família teve 13 filhos, 02 falecidos, 01 de criação, o Sr. Vicente, 06 mulheres e 04 homens, tornando-se a família mais ilustre, Conceição e Borges, uma só junção.
   Chegando ao final do século XIX a região, o Sr. Felis Borges começou a trabalhar na escavação de buracos a procura de água, plantando e cortando palma para criação de gados e cabras, tirando madeira para fazer os cercados, esses trabalhos para o sustento de sua família, vivia da retirada de caroá, plantando algodão, mamona, cana de açúcar, arroz, isso quando estes tinham valor para a região, onde as safras eram melhores para se plantar entre os meses de novembro a janeiro.
   Lembrando eles do primeiro prefeito sendo o Sr. Barrinho e que Lagoa Grande era chamada de Fazenda Lagoa Grande, com primeiro fazendeiro o Antônio Lopes, primo de Antônio Amorim (Antônio Velho), e chefes da comunidade eram Sr. Lino e seu Maricervino, uma obra importante para elas foi à construção da barragem que era feita a base de Banguê- tipo de recipiente feito de caroá e com bolsões de couro de boi, tudo isso para carregar terra nas costas ou de jumento para construir a tão falada barragem, tendo a energia elétrica só chegada na década de 80, na prefeitura de Noé Barros, os problemas de saúde eram resolvidos com raspa de pau, soro de batata de purga ou sena, ou então se mandava a cavalo buscar em Petrolina, onde se demorava uma noite ou uma manhã para se chegar e outro tanto para voltar, os sintomas da doença para o Sr. Alves, primeiro farmacêutico que retornava com o remédio, nessa época houve um tipo de febre que caia todos os cabelos, quando quebrava um braço, pisava angico, cozinhava e fazia uma papa, colocando em volta do braço com panos amarrados, as cidades ou lugarejos mais próximos eram Petrolina e Jutaí, onde se resolviam a maioria dos problemas, quando se morria, estes eram enterrados nos pés do tronco das chapadas ou no cemitério do Pontal, não existia locomotiva, tudo era a cavalo, as notícias chegavam pelo homem do dinheiro, às vezes era a pé na carreira, indo para Petrolina ou Santa Maria, tendo como parteiras mais famosas as senhoras Rufina e também Dona Chica Pimenta.
   As festas eram realizadas em latadas como se chamava antigamente, tipo de cobertura com palha e caroá, casamentos e batizados, missas iam para o Logrador, o padre vinha à cavalo, com a padroeira batizada de Nossa Senhora do Perpetuo do Socorro, porque Dona Águida e Dodó brincavam com histórias de novenas e os grandes foram tomando de conta e assim ficou com a padroeira dos moradores do Lambedor.
   Os estudos foram iniciados por Dona Maria de Zé Pedro, proveniente da Paraíba, o seu marido foi construtor da residência do Sr. Antônio Amorim Coêlho, estudos pagos pelo Sr. Antônio Felis para seus filhos e também a professora Maria de Jesus que dava aulas em sua residência, a escola hoje batizada de São João Batista, fundada em 1976, com todo o empenho do Sr. Vereador Hermes Amorim Coêlho, com prefeito Zelito, trouxe a escola para o local e no dia de sua inauguração o mesmo teve uma veia dilatada do nariz, teve que ser removido as pressas para Petrolina e depois para a capital, mais deixou um pedido, que a festa não terminasse alí, que fosse até o fim, até então as aulas eram dadas em casa também pela senhorita Águida da Conceição, hoje pessoa ilustre, chefe comunitária e professora aposentada pelo município. Tendo como festejos mais importantes a festa da Padroeira em Março (09 dias de novena), as festas de São Gonçalo, primeiras realizadas na Rozeira por Dona Josefa, e casamento mais importante e cheio de pompa realizada na época foi de Dona Terezinha da Conceição, uma das filhas do Sr. Antônio Felis Borges.
   Os vaqueiros mais conhecidos que se tem notícia foram Manezinho de Esteves, Manoel Vicente e Antônio Louro- irmão da nossa ilustre conhecida Andreza (tia Deza), mais não existia vaquejada ou corridas de argolinhas nos arredores do lugarejo.
   O comércio foi iniciado pelos Senhores Lino Cardoso em Lagoa Grande e seu Ovídio, que era do Capim, o mesmo trazia tecidos, louças, utensílios domésticos para os moradores.
   As maiores secas e cheias foram as de 32,52,60,74 e 84 respectivamente.
   Finalizando, mais voltando para o início da história do Lambedor, vale lembrar o motivo de se chamar assim, era que os animais vinham para os montes de terras do local e lambiam estas, já que tinham sal, os moradores observando isso, resolveram colocar este nome.

Vermelhos

   A entrevista dos ilustres de Vermelhos foi realizada no dia 29 de Junho de 1999, onde alguns relataram fatos que vinham na memória naquele instante e outros fatos eram passados, pois a memória é muitas vezes falha e o que faltava em um o outro completava para se fazer o levantamento histórico, nascidos na década de 20, entre 73 e 75 anos, um dos mais conhecidos e falados senhores deste distrito foi citado e entrevistado neste período, o Sr. Manoel Militão, mais conhecido como Tindô.
   Ele não estudou, apenas 15 dias para aprender somente o suficiente para escrever o nome e fazer conta, esperto no assunto, filho de Jerônima e Roseno dos Santos, nascido em Curaçá, na Bahia e depois vinheram tentar a vida em 45 nesta localidade, outros eram cidadãos nascido e criado no próprio lugar, tendo nascido deste matrimônio entre 07 e 10 filhos.
   Já outro ilustre cidadão o Sr. Gracindo Gonçalves Neto, mais precisamente o Sr. Bebel, bastante citado no decorrer das entrevistas, como um dos primeiros plantadores de cebola, feijão e melancia, uma das famílias mais ilustres, possuidor do primeiro carro da cidade, bem como o Sr. Antônio Honório.
   Que se tem notícia às famílias sobreviviam das plantações de feijão, milho, batata, mandioca, sendo a batata a mais utilizada para revenda nos locais mais próximos, como Lagoa Grande e Petrolina.
   O Sr. Solon é lembrado como pioneiro nas primeiras plantações, também possuidor da primeira residência e um dos primeiros moradores, junto a ele os Sr. E Srª. Félis Baeta e Madalena Baeta, respectivamente, também uma das famílias mais ilustres, conjuntamente com Enoque, Amadeu e Euripe.
   Os doentes da cidade quando não morriam ou se curavam com raspas de pau eram levados para Petrolina a pé, onde o percurso durava um dia e meio de caminhada somente para ir e outro para a volta, ou eram tratados por algum médico de Santa Maria que as vezes aparecia por lá, os primeiros farmacêuticos que se tem notícia foram os senhores Deca e Zé de Toinho.
   Primeiro fazendeiro o Sr. Cícero Duarte e o Sr. Deca, criando gado, também o Sr. Felipe, sendo os períodos de Março a Julho os moradores para se plantar e colher, onde em 32 e 82 houveram as maiores secas e 43 e 49 as maiores cheias da região.
   O nome Vermelho não se tem notícia do porque, ou quem colocou já vindo de boca a várias décadas, como mais recente foi erguida e construída a Igreja de Santo Antônio, na década de 70, nome sugerido pelo Sr. Zeferino e Padre Adolfo, em comum acordo entre estes, já que o local não tinha padroeiro (a), realizando sempre no mês de junho, de 01 à 13/06, também se realiza a festa de Nossa Senhora dos Remédios, antes comemorada e padroeira da Ilha do Pontal e depois trazida para o distrito maior, no caso de Vermelhos, realizada nos dias 07 e 08 de Setembro, sendo o cemitério bem mais antigo que a Igreja local.
        Edivaldo Barbosa

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